Ela sonhou com “o grande dia” durante sua vida inteira,
sobretudo no último ano. Quando finalmente encontrou o seu noivo, não teve
dúvidas de que era a “pessoa certa” e decidiu casar-se com ele. Ele trabalhava
como carceceiro, porém, ela não tinha qualquer tipo de preconceito.
Assim, como todo casamento exige muitos
preparativos, os dois começaram a planejar tudo minuciosamente para que nada
desse errado no “grande dia”. Eles tomaram todas as medidas necessárias e
seguiram a risca todos conselhos e dicas fornecidos.
O amor só aumentava e com e ele a ansiedade,
porque a data do casamento estava se aproximando. Tudo caminhava perfeitamente,
até que no dia do casamento o noivo recebe a notícia de que sua futura esposa
foi presa, sim foi presa!!
Ele, como era carcereiro, ao descobrir que sua
futura esposa foi presa, ficou atônico e resolveu descobrir em qual delegacia
ela estava presa e o motivo de sua prisão.
Para a sua surpresa, a noiva foi encaminhada à
delegacia em que ele trabalhava, o que o deixou ainda mais estarrecido,
todavia, a sua curiosadade quanto ao motivo da prisão era maior do que tudo.
Assim que chegou ao local, perguntou ao delegado
o que havia acontecido e ele lhe disse:
- a sua noiva quis ser presa! Ela mesma entrou
em uma das prisões e não quer sair de lá!
Indignado, o noivo retrucou:
- como assim? É impossível ela ter entrado ai
sozinha!
Após dizer isso, se dirigiu à cela em que a sua
noiva estava presa e lhe perguntou os motivos para a sua prisão, ela então lhe
respondeu:
- Oi meu amor! Como é bom sentir a sua presença
por perto! Me desculpe por tudo, mas eu não consigo sair daqui!
O carcereiro logo rebate:
- Como não consegue sair? O delegado disse que
você mesma se prendeu! Você não tem motivos para permanecer presa!!
Com os olhos cheios de lágrimas ela responde:
- O casamento sempre foi o meu maior sonho, você
sabe disso! Entretanto, com o decorrer do tempo e na correria do dia a dia eu
comecei a indagar sobre o por quê de eu ainda quer me casar com você.
Fitando os olhos nele, ela continuou:
- Eu te amo, mas não tenho mais ânimo de
continuar ao seu lado, imagine quando casarmos e passar a vida inteira juntos??
Prefiro parar por aqui e cada um segue o seu caminho.
O carcereiro, sem saber o que dizer, balbuciou o
seguinte:
- Não faça isso, eu te amo! Sempre te amei e
sempre vou te amar! Se você quiser, eu posso abrir a porta e você ficará livre!
Irredutível, a noiva diz:
-Não! Eu não quero! Apesar de parecer um lugar
inadequado para uma noiva, eu estou bem acomodada aqui! Neste local eu não
preciso me comprometer com ninguém, nem me preocupar com qualquer tipo de
problemas, tampouco ficar gastando meu precioso tempo me preparando inutilmente
para casar com alguém!
O noivo, com a chave da cela na mão, resolve
fazer a vontade de sua amada e vai embora, no entanto, ainda lhe faz algumas
visitas, na esperança de que ela mudasse de ideia.
Ela, com o passar do tempo, começou a sujar seu
vestido de noiva, pois a prisão não propiciava meios para manter o vestido
branco. A futura esposa, então, se tornou irreconhecível: suja, apática,
desanimada e convencida de que foi a melhor decisão tomada.
O carcereiro, vendo que não mudaria a opinião de
sua amada, tomou o molho de chaves que servia para abrir a cela e partiu.....
A história é fictícia, mas acontece muito em
nosso meio. Nós somos a noiva de Cristo e Ele é o nosso
noivo e carcereiro.
Sem perceber ou até mesmo conscientes, entramos em prisões
que nos afastam de Deus, assim, vamos nos sujando cada vez mais, até nos
tornarmos uma noiva completamente suja e/ou inapta a subir no altar e se casar.
Da mesma maneira como vimos, nós até amamos o noivo,
todavia, não estamos dispostos a manter um compromisso eterno com Ele, que seja dotado
de fidelidade, respeito, zelo e paixão. A presença dEle nos alegra, mas não o
suficiente para nos fazer continuar a querer passar o resto de nossas vidas
juntos.
Em qual (ais) prisão (ões) você tem entrado
consciente ou inconscientemente? Às vezes nem percebemos, mas estamos presos ao orgulho, à soberba,
ao falso altruísmo, à rotina, à obrigação de fazer algo “para Deus”, à
religiosidade, à incredulidade, à falta de amor próprio e ao próximo etc.
Deus é o noivo e carcereiro. Ele é o noivo que te
ama incondicionalmente, de modo que não suporta te ver num emaranhado de prisões
internas e externas. O Senhor também se mostra como um carcereiro, ou seja,
aquele que tem o poder de libertar vidas das prisões, contudo, diferentemente
dos carcereiros comuns que recebem ordens para prender ou soltar pessoas,
Cristo prefere perguntar se você quer ser liberto.
A gente se prende, muitas vezes, mas não percebe
que está preso. Achamos que tudo está normal, quando não está!
O Pai te diz hoje: “repreendo e disciplino aqueles que eu amo. Por isso, seja diligente e
arrependa-se. Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir
a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo” (Apocalipse 3:
19-20).
Jesus voltará para buscar uma noiva apaixonada, pura
e santa. Ele nos alerta: “Venho
em breve! Retenha o que você tem, para que ninguém tome a sua coroa”
(Apocalipse 3: 11).
“Oh Senhor, ‘abra os olhos dos nossos corações’! Que possamos nos
debruçar nos Teus braços que trazem consigo a libertação que tanto precisamos.
Pai, purifica-nos no Teu sangue. ‘Cria em mim um coração puro, ó Deus, e
renova dentro de mim um espírito estável’ (Salmos 51:10). ‘Purifica-me com
hissopo, e ficarei puro; lava-me, e mais branco do que a neve serei’ (Salmos
51:7).”