Translate

sexta-feira, 24 de maio de 2013

ESTOU NO TEU ALTAR


 
 
 
            Estar no altar de Deus muitas vezes nos traz incômodos, pois este é um local de sacrifício, de renúncia e de morte.

            Na reflexão de hoje, o Senhor me remeteu a duas situações bíblicas: a de Abraão com Isaque e a de Deus com Jesus.

            O primeiro caso, de Abraão e seu filho, foi o que, inicialmente, me deixou mais chocada, pois a história se aproxima mais de nossa “realidade”. Ora, quantos “filhos da promessa” o Pai já pediu que matássemos?
 
“E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.
(...)
E estendeu Abraão a sua mão, e tomou o cutelo para imolar o seu filho”.
(Gênesis 22: 1  e 10)
 
            Eu imagino a dramática cena deste pai preparando os instrumentos para o sacrifício de seu próprio filho, sim, aquele que era “o prometido” e enviado por Deus. Ah, quão longa deve ter sido a escalada daquela montanha, ainda mais com as perguntas de Isaque querendo saber o que iria acontecer.

            Tenho para mim, desde a primeira vez que li este texto, que Isaque desconfiava do que estava para acontecer, pois os pais ensinavam os filhos as tradições da família desde que estes eram muito pequenos. O Senhor sempre deixou no meu coração que, no momento em que Abraão disse “o cordeiro, Deus proverá”, seu filho Isaque já sabia que ele seria o sacrifício, mas mesmo assim decidiu morrer.

            Posteriormente, vemos o a história praticamente se repetir com Jesus. Mas, desta vez, o sacrifício se consumou.

            Eu considero a passagem do Getsêmani a mais “incompreensível” da bíblia (não me interprete mal, pois eu sei do significado de tudo o que foi feito e que a palavra deveria ser cumprir integralmente). Ela antecede a sujeição total de Jesus à vontade de seu Pai:

Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar.
(...)
Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo.
E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.
(...)
E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.
 
(Mateus 26:36, 38/39 e 42)
 
            Analisem a situação de Jesus: ele sendo Deus em forma de homem e sabendo de tudo o que aconteceria, ESCOLHEU servir como sacrifício. A dor, o medo e a angústia que ele sentiu ultrapassaram seu corpo e atingiram sua alma!!!

            O que eu quero concluir com tudo isso é que ambos sabiam que era necessário morrer, porém, ainda assim, ESCOLHERAM estar no altar de Deus para que algo maior e mais digno se cumprisse.

            Querida (o) irmã (ão), chega um ponto em nossa vida  que a única escolha a ser feita é “morrer” para nossa vontade, obedecendo ao que Deus quer de nós, pois enquanto nossa carne estiver viva, o poder do Pai não se manifestará em sua plenitude.
            Gostaria de compartilhar um trecho de um livro do Max Lucado com vocês, vejamos:

“‘Aqui está o ponto. Não vá a Deus com opções e espere que ele escolha uma da sua preferência. Vá a ele com as mãos vazias – sem propósitos escondidos, sem dedos cruzados, nada por trás das suas costas. Vá a ele com um desejo de fazer seja o que ele diga para você fazer. Se você entregar a sua vontade a Deus, então ele “o equipará com tudo o que você precisa para fazer a vontade dele’ (Hebreus 13: 21)” [1]
 
            Saiba que somente quando você escolher “morrer” e “enterrar” SEUS sonhos, projetos, frustrações, anseios, ressentimentos, inveja, ira, indagações (e muitas outras coisas) e se render à vontade do Senhor, você se sentirá completamente livre para aceitar tudo o que Deus lhe tem reservado.
            Desta forma, você será moldado (a) por Deus, mas lhe afirmo: isto dói e muito, porém, é necessário. Isso lhe remeterá a tudo o que o Pai te fez sentir (e querer) à época de sua conversão, mas que você deixou para trás com o passar do tempo. Dará importância às coisas que Deus se importa, bem como, seu maior desejo será o de ser íntimo dEle e agradar Seu coração.
            Finalizando, certa vez ouvi uma pregação da Helena Tannure (ex-integrante do grupo Diante do Trono) que fazia menção a um trecho inicial do supracitado livro, contudo, com palavras ligeiramente diferentes, a saber: “Siga-me de longe e você me negará. Siga-me de perto e você subirá o monte comigo e morrerá comigo alegremente”.

            “Para que outros possam viver, vale a pena morrer (...) é necessário morrer”.

            “Morra” no altar de Deus e se volte aos “primeiros dias”!
“Como está escrito: ‘Por amor de Ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro’(Romanos 8: 36)


 
 
No Teu Altar - Diante do Trono
Não posso mais viver pra mim mesmo
Ajuda-me Senhor
Ensina-me os Teus pensamentos
Que são maiores que os meus
Os meus sonhos te dou
Os meus planos, meu querer deixo em Teu altar
Lugar de Morte, lugar de se entregar
Como um sacrifício vivo a Ti
Lugar de Renúncia, lugar de confiar
Que Tua graça é melhor que a vida
Estou no Teu Altar.


[1] LUCADO, Max. Moldado por Deus. São Paulo: Proclamação, 2011, p. 108.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário