Estar no altar de Deus muitas vezes nos traz
incômodos, pois este é um local de sacrifício, de renúncia e de morte.
Na
reflexão de hoje, o Senhor me remeteu a duas situações bíblicas: a de Abraão
com Isaque e a de Deus com Jesus.
O
primeiro caso, de Abraão e seu filho, foi o que, inicialmente, me deixou mais
chocada, pois a história se aproxima mais de nossa “realidade”. Ora, quantos
“filhos da promessa” o Pai já pediu que matássemos?
“E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a
Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.
(...)
E estendeu Abraão a sua mão, e tomou o cutelo para imolar
o seu filho”.
(Gênesis 22: 1 e
10)
Eu
imagino a dramática cena deste pai preparando os instrumentos para o sacrifício
de seu próprio filho, sim, aquele que era “o prometido” e enviado por Deus. Ah,
quão longa deve ter sido a escalada daquela montanha, ainda mais com as
perguntas de Isaque querendo saber o que iria acontecer.
Tenho
para mim, desde a primeira vez que li este texto, que Isaque desconfiava do que
estava para acontecer, pois os pais ensinavam os filhos as
tradições da família desde que estes eram muito pequenos. O Senhor sempre deixou no meu coração que, no momento em
que Abraão disse “o cordeiro, Deus proverá”, seu filho Isaque já sabia que ele
seria o sacrifício, mas mesmo assim decidiu morrer.
Posteriormente,
vemos o a história praticamente se repetir com Jesus. Mas, desta vez, o
sacrifício se consumou.
Eu
considero a passagem do Getsêmani a mais “incompreensível” da bíblia (não me
interprete mal, pois eu sei do significado de tudo o que foi feito e que a
palavra deveria ser cumprir integralmente). Ela antecede a sujeição total de
Jesus à vontade de seu Pai:
Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani,
e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar.
(...)
Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até
a morte; ficai aqui, e velai comigo.
E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu
rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice;
todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.
(...)
E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este
cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.
(Mateus 26:36, 38/39 e 42)
Analisem
a situação de Jesus: ele sendo Deus em forma de homem e sabendo de tudo o que
aconteceria, ESCOLHEU servir como sacrifício. A dor, o medo e a
angústia que ele sentiu ultrapassaram seu corpo e atingiram sua alma!!!
O
que eu quero concluir com tudo isso é que ambos sabiam que era necessário
morrer, porém, ainda assim, ESCOLHERAM estar no altar de Deus para que algo
maior e mais digno se cumprisse.
Querida (o) irmã (ão), chega
um ponto em nossa vida que a única escolha a ser feita é “morrer” para nossa
vontade, obedecendo ao que Deus quer de nós, pois enquanto nossa carne estiver
viva, o poder do Pai não se manifestará em sua plenitude.
Gostaria de compartilhar um trecho
de um livro do Max Lucado com vocês, vejamos:
“‘Aqui
está o ponto. Não vá a Deus com opções e espere que ele escolha uma da sua
preferência. Vá a ele com as mãos vazias – sem propósitos escondidos, sem dedos
cruzados, nada por trás das suas costas. Vá a ele com um desejo de fazer seja o
que ele diga para você fazer. Se você entregar a sua vontade a Deus, então ele
“o equipará com tudo o que você precisa para fazer a vontade dele’ (Hebreus 13:
21)” [1]
Saiba que somente quando você escolher
“morrer” e “enterrar” SEUS sonhos, projetos, frustrações, anseios,
ressentimentos, inveja, ira, indagações (e muitas outras coisas) e se render à
vontade do Senhor, você se sentirá completamente livre para aceitar tudo o que
Deus lhe tem reservado.
Desta forma, você será moldado (a)
por Deus, mas lhe afirmo: isto dói e muito, porém, é necessário. Isso lhe
remeterá a tudo o que o Pai te fez sentir (e querer) à época de sua conversão,
mas que você deixou para trás com o passar do tempo. Dará importância às coisas
que Deus se importa, bem como, seu maior desejo será o de ser íntimo dEle e
agradar Seu coração.
Finalizando, certa vez ouvi uma
pregação da Helena Tannure (ex-integrante do grupo Diante do Trono) que fazia
menção a um trecho inicial do supracitado livro, contudo, com palavras
ligeiramente diferentes, a saber: “Siga-me
de longe e você me negará. Siga-me de perto e você subirá o monte comigo e
morrerá comigo alegremente”.
“Para que outros possam viver, vale
a pena morrer (...) é necessário morrer”.
“Morra” no altar de Deus e se volte
aos “primeiros dias”!
“Como está escrito: ‘Por amor de
Ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas
destinadas ao matadouro’” (Romanos
8: 36)
Não posso
mais viver pra mim mesmo
Ajuda-me Senhor
Ensina-me os Teus pensamentos
Que são maiores que os meus
Os meus sonhos te dou
Os meus planos, meu querer deixo em Teu altar
Ajuda-me Senhor
Ensina-me os Teus pensamentos
Que são maiores que os meus
Os meus sonhos te dou
Os meus planos, meu querer deixo em Teu altar
Lugar de
Morte, lugar de se entregar
Como um sacrifício vivo a Ti
Lugar de Renúncia, lugar de confiar
Que Tua graça é melhor que a vida
Estou no Teu Altar.
Como um sacrifício vivo a Ti
Lugar de Renúncia, lugar de confiar
Que Tua graça é melhor que a vida
Estou no Teu Altar.
[1] LUCADO, Max. Moldado por Deus. São Paulo: Proclamação,
2011, p. 108.
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