O tema de hoje não é nada
digerível! Saiba de antemão que, se estas palavras para você são difíceis,
imagine como foi para mim, pois já disse anteriormente que eu só posto aquilo
que Deus trata comigo primeiro.
Será um texto um pouco maior do que os de costume,
contudo, tenho certeza de que ele te edificará!
Vamos lá! Quem nunca ouviu falar do Cemitério do Araçá? Acredito
que todos já ouviram dizer que este lugar alberga as mais lindas esculturas,
aliás, ele é considerado patrimônio histórico da cidade.
Não são todas as pessoas que podem ser enterradas lá, uma
vez que o local é considerado um “cemitério para ricos”, em decorrência do alto
valor que é cobrado para manter um espaço naquele cemitério.
Eu quero te dizer que nós somos como os sepulcros que
existem lá: somos lindos por fora e com formatos impecáveis, representamos
alguém ou alguma classe, mas guardamos morte em nosso interior.
A ilusória calmaria dos cemitérios e a beleza de seus
mausoléus escondem o vale de ossos secos desses locais, além disso, o completo
império da morte vagueia pelas tumbas solitárias desses lugares.
Somos, muitas vezes, como diz o ditado “por fora, bela
viola; por dentro, pão bolorento”, pois tentamos ostentar algo que está distante
da realidade!
Não posso “pregar” para os outros antes de “pregar” para
mim. Pois bem, no final de 2013 completarei 15 anos “de igreja”, mas de
“encontro com Deus” eu tenho 7 anos. Sendo assim, tive “gradativas conversões”
ou “picos de mudança”, porque se eu fosse perfeita não estaria mais nesta
terra.
Deus já tratou muito comigo, porém eu confesso que de um
ano para cá Ele tem me estraçalhado, demonstrando o quanto de podridão ainda
existe dentro de mim. Apesar disso, não pense que somos diferentes, haja vista
que você não é melhor nem pior do que eu! HOJE
O MEU PAPEL SERÁ CONFRONTÁ-LO (LA)!
Nós somos divididos em duas classes: uma de orgulhosos e
outra de autocomiseráveis. Desta maneira, ou temos uma soberba exacerbada, achando
que somos melhores do que todos, ou uma autopiedade devastadora, pensando que
somos sempre “os (as) coitadinhos (as)”.
Eu me encaixo na primeira classe, sempre fui e,
infelizmente, o Pai me mostra que continuo sendo orgulhosa! Deus vai além,
porque demonstra que inúmeras vezes agi e ainda ajo com intenções distorcidas,
acreditando que todos devem me elogiar, pensando que sou insubstituível e, se não bastasse, sou CHEIA DE INVEJA!!! Todavia, como eu disse, você é assim também!
Como é difícil ver que as coisas funcionam sem a sua
intervenção?! Mais difícil ainda é entender que você não conseguirá mudar as
coisas pela sua própria força, porque tudo isso faz parte do tratamento de Deus
na sua vida!
Irmãos, o Pai me mostrou que eu ainda tenho inveja!! Sim,
ainda tem um Caim vivo dentro de mim, mesmo eu achando que estava tudo bem! Você
também sabe que ver o vizinho prosperar e você não dói, mas isso demonstra que
sua nudez está sendo exposta!
Gente, pedimos tanto a Deus por mudança, porém quando ela
vem, quebra todas as nossas estruturas! Para Naamã foi assim, ele teve que
tirar suas vestes reais e mostrar a sua doença a todos para poder nadar no rio
e ser curado.
Queremos ser o que não somos e isto nos releva uma crise
identidade! Por que tudo das outras pessoas é melhor? Será que trabalhamos para
comprar as coisas para nós ou apenas para mostrarmos aos outros o quanto somos
prósperos e abençoados? Temos um ministério para servir ao Senhor e aos outros
ou para nos orgulharmos de nossa própria capacidade?
Nós seremos conhecidos pelos nossos frutos. Não dá para
aparentar uma laranjeira, se na verdade somos uma oliveira! UMA HORA A CASA CAI, PORQUE OS FRUTOS NOS
DENUNCIAM!!!
O Senhor me mostrou e me mostra também que eu já fiz e
ainda faço coisas apenas por costume ou por religião. Hoje eu te pergunto: por
que vamos à igreja? Por que dobramos nossos joelhos? Por que cantamos antes de
ouvir a palavra? Por que aparentemente fazemos as coisas do Senhor e para Ele,
se na grande parte das vezes não sabemos o significado de nada? Onde está a
vida, o culto e a adoração a Deus com o coração quebrantado, mas também com
toda a nossa racionalidade?
Somos sepulcros caiados! Quantas vezes nos “divorciamos
de Deus”? Fazemos sua obra, vamos à sua casa, contudo, a frustração por ele não
ter nos dado ou feito algo é tão grande. Ei, amigo (a), se Deus curar ou não
curar, Ele continuará sendo Deus. Se o Senhor der ou não der, Ele continuará
sendo Deus. Se o Pai mudar ou não mudar algo ou alguém, Ele continuará sendo
Deus. E, como já aconteceu comigo, se o “Oleiro” tirar algo ou alguém de você,
Ele continuará sendo Deus!!!
Como foi e continua sendo doloroso saber que eu ainda sou
estressada, orgulhosa, invejosa, inconstante, mesmo andando com Deus.
Entretanto, como diz um trecho do livro “Moldado por Deus” do Max Lucado: “é
melhor estar no fogo e na bigorna do que estar totalmente esquecido na caixa de
ferramentas quebradas”.
Queridos, muitas vezes somos parecidos discípulos vivendo com Jesus “de qualquer maneira”, mas a diferença é que eles só estavam assim porque ainda não tinham sido
impactados, todavia, quando o Espírito Santo desceu sobre eles, ninguém nunca
mais foi o mesmo!! Ah, quando o poder de Deus desce sobre a vida de alguém,
esta pessoa nunca mais se torna a mesma!! EU QUERO SER ASSIM!!
Que sejamos sedentos por esta transformação de caráter!
Não dá para percorrer o caminho estreito de Cristo se levarmos nossos “sacos de
lixo” cheios de lembranças, frustrações, soberba, orgulho, medo,
ressentimentos, inveja, lascívia, enfim, NÃO DÁ PARA ENTRAR NO CÉU SEM O
CARÁTER DE CRISTO!!!
Deixemos de ser como a figura da “amada” e do “amado” do
livro de Cantares de Salomão (ou Cântico dos Cânticos) 5: 2-8. Aliás, para quem
não sabe, ela é a noiva de Cristo (sua igreja, ou seja, nós) e ele é o próprio
Cristo, confiram o trecho supracitado:
“Eu estava quase dormindo, mas
o meu coração estava acordado. Escutem! O meu amado está batendo.
‘Abra-me a porta, minha irmã,
minha querida, minha pomba, minha mulher ideal, pois minha cabeça está
encharcada de orvalho, o meu cabelo, da umidade da noite.
Já tirei a túnica; terei que
vestir-me de novo?
Já lavei os pés; terei que
sujá-los de novo?’
O meu amado pôs a mão por uma
abertura da tranca; meu coração começou a palpitar por causa dele.
Levantei-me para abrir-lhe a
porta; minhas mãos destilavam mirra, meus dedos vertiam mirra, na maçaneta da
tranca.
Eu abri, mas o meu amado se
fora; o meu amado já havia partido.”
Jesus Cristo, nosso “amado”, está pronto para nos buscar
no Dia do Arrebatamento, mas nós ainda não! Assim como a amada nós O ouvimos,
sentimos seu perfume, nosso coração palpita por Ele, porém demoramos para abrir
a porta do nosso coração e deixá-lo tirar toda a sujeira que ainda existe lá!
Não percamos tempo em consertar nossas vidas para
encontrarmos o Rei!!!
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